O fato da exposição do Paulo Leminski ter sido em São Paulo, demonstra somente a falta de iniciativa de Curitiba, passados 20 anos da morte do poeta e escritor, não existe siquer um memorial dedicado a sua homenagem, segundo Áurea Leminski, filha do casal, exposição por aqui somente ano que vem ! Infelizmente a cidade que o poeta nunca gostou de sair, contribui somente, por sepultar definitivamente sua memória, através de um silêncio ensurdecedor, cade o movimento ?.
Para completar, como lembrado por jornalistas, na I Bienal de Curitiba, não houve nenhuma menção, mesa-redonda ou homenagem pelos 20 anos da sua morte, não há também nenhum esforço para que seus livros estejam nas estantes.
E o projeto “PERHAPPINESS”, 1989, da Fundação Cultural de Curitiba, em sua homenagem ? Já foi há muito tempo esquecido, para quem não se lembra, a abertura foi marcada pela inauguração da Pedreira Paulo Leminski, espaço cultural destinado a grandes shows e encontros culturais, que atualmente está em imbroglio jurídico.
O neologismo PERHAPPINESS criado por Leminski, é uma metáfora do fazer poético que sugere a dúvida emocional da felicidade: PERHAPS + HAPPINESS = talvez felicidade.
Talvez abra, talvez não ! Talvez se encerrar até as 22:00, quem sabe ? Talvez apenas tenores poderiam se apresentar, sei la ! Ou talvez o Rei Roberto Carlos, com ingressos para bacanas, talvez... talvez... talvez sejá possível essa felicidade de rever novamente a Pedreira aberta.
Fico pensando o quê Leminski diria com a polêmica intervenção da Pedreira, creio que sacaria um dos seus Hai-kai:
“tudo dito, nada feito, fito e deito”
Enquanto nada se resolve, resta esperar, fazer o que ? Fito e Deito, ou seja, fito o tempo passar e deito na esperança de ver a Pedreira abandonada funcionar ! Veja só Leminski, deu até um Hai-kai, sem a mesma categoria sua.
Mais a cultura não é relevante para Curitiba, relevante é o modelo de transporte público ultrapassado, a especulação imobiliária, escalada da violência em Curitiba e região metropolitana, favelização, moradores de rua, são os Shoppings Centers sendo construídos em troca de contribuições eleitorais.
Curitiba deveria ao menos providenciar um monumento, como aquele existente no calçadão carioca de Copacabana, reproduzindo em tamanho natural a figura de Drummond sentado feito de bronze, de costas para o mar, o local era o preferido pelo poeta em seus passeios de fim de tarde.
No banco que serve de base para a estátua, está esculpida a frase:
"no mar estava escrita uma cidade".
A minha idéia é justamente o contrário, o próprio Leminski homenageando a cidade, teclando em sua maquina de escrever, a frase a ser esculpida:
“Aqui jaz um grande poeta. Nada deixou escrito. Este silêncio, acredito, são suas obras completas”.
domingo, 18 de outubro de 2009
CATATAU
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