quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O GRITO


-->
Eu acordei com um vazio germinal

Eu então comecei a correr dentro de um vale sem fim



Eu encontrei um despenhadeiro infinito

Eu distante de uma paisagem que se avizinha além

Eu não posso caminhar em suas vastas terras férteis

Eu não posso sentir o sal destes mares

Eu estou cansado de correr contra o vento cortante

Eu estou cansado de lutar inutilmente contra o estéril

Eu tenho em meu semblante o sol que percorre minha face congelada

Eu sinto o gosto amargo do sal que escorre da minha fronte e me alimenta

Eu sonho com a magnitude da natureza e com a força da lua cheia

Eu sou sufocado pelo próprio grito da palavra que me crava

Eu quero despedaçar-me em corpúsculos de luzes incendiárias

Eu pacientemente espero estrelas despencaram no meu quintal

Eu não quero entender de Charles Darwin

Eu prefiro Charles Chaplin

Nenhum comentário: