Num quarto oculto
Dorme inquieto um sonho meu
Da vidraça faço a janela do mundo
De onde espio o passado que não passa
E o presente que arrasta
Estou de saco cheio de palavras estruturadas
Há de haver lá fora alguma frase esculhambada que me caiba bem
Pois o perfeito pra mim é enfadonho e sem graça
Estou suspenso como o tempo
Que me toma o pensamento
E que em dado momento
Meu punho mesmo sem força
Teima em se erguer altivo
Na vitória de um homem
Em lagrimas de segredo
Ouvi falar dos mistérios
Deste céu cheio de estrelas
Que brilham feito pedras dos trilhos
Da ferrovia de minha infância
Com seus arcos que estalam
Como um abraço apertado me sufocando
Espero pacientemente os Deuses
Levantarem-se de suas mastabas
E de seus grandes hipogeus
Para observar os olhos meus
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