sábado, 24 de janeiro de 2009

Pífio Horário Eleitoral




Mais uma eleição com pinta de sessão da tarde, com direito gratuito a horário eleitoral, quanta generosidade, não?

Na poltrona fiquei criando coragem suficiente e resolvi enfim assistir as performances funescas e interpretações canastronas, afinal mais do que nunca neste momento, precisamos de boas gargalhadas contra os apelos das insanidades intelectuais partidárias, que estão constantemente mirando em nossa direção, todos estão loucos pelo seu voto.

Com desenvoltura e a eloqüência de um Silvio Santos, realmente eles surpreendem a cada pleito, fazem de tudo! São obstinados para conseguir seu voto, custe o quê custar e a qualquer preço. Em um piscar de olhos conseguem transformar o que já é patético em esdrúxulo.

Candidatos sem nenhuma condição de pleitear por uma cadeira, porém, há de se admitir, que existem verdadeiros talentos natos, excelentíssimos caras de pau! Que tem agora, sua grande chance (garantida por lei) de transformar um horário nobremente pobre por excelência em segundos de fama mediante promessas estaparfudias na pele de lobo vestido de cordeiro.

A quadros interessantes que me lembram programas como o “topa tudo por dinheiro” ou seria “vale a pena ver de novo”. Meu caro amigo como diz Chico Buarque de Holanda, aqui com o perdão de um trocadilho - O que será que será que andam tramando pelas alcovas, o que será que será? Em suas primeiras eleições já almejam serem deputados estaduais e federais, vereador meus caros, não está com nada! É como ser reserva ou vice-campeão. O quê importa é a moralidade cívica remunerada, privilégios e fórum especial.

Entendo que o horário eleitoral é chato, corta o barato, mais é necessário, pois é neste espaço que devemos ter a percepção suficiente para diferenciar promessas genéricas e assistencialistas. Partido, sigla, bandeira, coligação, esquerda, direita, creio, seja o quê menos importa ideologicamente. Ideologia! Palavra esculhambada ate os cornos, eu também quero uma pra viver, mais não essa.

Não vivi na época de Juscelino, Getúlio Vargas, mais sinto que existia nestes estadistas um olhar mais atento que antevia os problemas do futuro, eram visionários, estavam muito além do seu tempo. Fico pensando, o quê fariam hoje?

Não é preciso ser especialista em economia para ficar com cara de asno estupefato, diante da notícia da evolução nanica do “PIB” que não lembram nem minhas piores notas de matemática na infância, ainda sem estudar. Enquanto a viúva alimenta as sanguessugas, a plebe faminta continua definhando, você acredita nas promessas ?


Quando ouço pessoas como o empresário Antônio Ermírio de Moraes indignado e com dificuldades de compreender a psique-econômica, sinto realmente que estamos quase que paralisados dentro da própria América Latina, isso pra não irmos muito além, pois fora das nossas fronteiras chega a ser bisonho as noticias debochadas em folhetins e noticiários dos hermanos. Sinceramente? Não tenho vergonha de ser brasileiro, dá-me vergonha de ser honesto.

Como disse Maquiavel na dedicatória d’O Príncipe a Lourenço de Médicis:

“Da mesma maneira que aqueles que desenham os contornos de um país postam-se na planície para apreender a natureza dos montes, e sobem aos montes para apreender a das planícies, para bem aquilatar a natureza dos povos é preciso ser príncipe, e para aquilatar a dos príncipes é preciso ser povo”, ou seja, esperamos dos eleitos um entendimento mais amplo das perspectivas e necessidades que precisamos e esperamos, sejam cumpridas.

Vocês têm acompanhado as noticias do Ipiranga, as margens plácidas, sobre o penhor da igualdade entre os homens?

Mesmo que coloquemos o nosso peito a própria morte

Ainda assim pátria amada idolatrada

Nossos votos não valem nada!




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