segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Setembro angustiado



Estava revirando meu baú e encontrei uma carta que guardo como relíquia de um grande amigo meu, que me enviou quando estava nos USA se aventurando, lendo suas linhas, isso há 15 anos atrás, a nostalgia me abraçou e o passado queria viver novamente.

É inesquecível recordar fatos que atropelam nossas vidas, sejam eles bons ou maus, de qualquer maneira aprendemos alguma coisa com esse turbilhão de sentimentos, é preciso estar sempre aprendendo saber viver.

Guardo lembranças de várias maneiras, mais as melhores estão nos labirintos da mente, sei que muitos outros acontecimentos ainda estão por vir, mas nada mais se compara (pelo menos pra mim) a década de 80, saudosos anos 80, que em uma das canções de Raul Seixas é uma charrete que levava o condutor! Mundo mundano, mundinho merda! Ao mesmo tempo é tão mágico e medíocre! Vive pregando peças, lhe testando! E o coração de um homem parece que já está predestinado a alguma mulher capaz de virar o mundo dele de ponta cabeça.

Anos se passaram e eu nem sonhava como poderia estar chegando em 2000, sobrevivi! Pela estúpida expectativa de vida, teoricamente, já foi metade do meu quinhão, apenas teoricamente! Porque quero mais do que nunca viver! Mais do que nunca ser humano! Com todas as fraquezas e mazelas que terminam em profundas reflexões sem soluções.

Como o tempo passa! Quantos embates e combates e batalhas! Temos ainda um farto mundo cheio de opções e um cartucho na cintura carregado de emoções, ideais e sonhos, pronto pra disparar, mais entre nós? Como é difícil tomar decisões! É mais fácil criar porcos e galinhas. Absolutamente os bons momentos deveriam ser sempre infinitos e lisérgicos.

E o futuro? Tentamos a todo custo desvendá-lo, mais ele é um velhinho matreiro e desconfiado, não dá chance siquer pra espiá-lo um tiquinho. Enquanto a juventude toma coca-cola, nós que detestamos regras e convenções caminhamos contra a corrente até não poder resistir, como diz Chico Buarque (Roda Viva), tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente, ou foi o mundo que cresceu.

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