sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Zona Autônoma Temporária




Mais que diabos será isso ? Nem eu sabia que existia, até cair em mãos uma revista, na qual tinha a matéria que me chamou atenção. Quem é anarquista, como eu ! De certa forma já está na zona autônoma temporária, seja manifestando-se diretamente ou indiretamente, sozinho ou em grupo. A idéia meu caro amigo Neandertal, é de como um grupo, um Bando, pessoas voluntárias, afins não-hierarquizadas podem maximizar a liberdade por eles mesmos numa sociedade atual.

O conceito em linhas gerais, é uma organização para o desenvolvimento de atividades comuns, sem controle de hierarquias opressivas. Um fenômeno intrigante, quase nunca mencionado pela mídia, que se espalha pelo mundo afora. É só prestar atenção nos sinais que estão por toda parte, como alguns exemplos a seguir.

Em Roma, dezenas de pessoas sequestram um ônibus e armados de aparelhos de som, começam uma festa lá dentro. Interrogados, vários deles afirmam ter o mesmo nome: Luther blissett, eram artistas, que entre 1994 a 1999, se dedicavam a inventar histórias falsas para enganar a imprensa, mostrando a incompetência jornalística, depois de desfeito, 5 membros fundaram o Wu Ming, coletivo italiano de escritores que assina seus livros como se fosse um autor só, seus romances são histórias fantásticas e complexas, com humor ácido. Se recusam a serem filmados ou fotografados.

Em Nova York, surgem placas sinalizando lugares históricos sombrios, como o mercado onde se leiloavam escravos. Era um grupo dos anos 90 dedicados à recuperação de passados perdidos.

Em mais de 300 cidades do mundo, na última sexta-feira de cada mês, bandos de centenas de ciclistas se encontram aparentemente por coincidência e param o trânsito na hora do rush. É o Crítical Mass, promovendo invasões ciclísticas mensais há 17 anos em quase toda grande cidade do mundo.

Os coletivos brasileiros fazem sua intervenção urbana também, espalhando mensagens pelas ruas, em vez de abandoná-as em museus desertos, faz todo sentido ! O MON - Museu Oscar Niemeyer, aqui em Curitiba, por exemplo, é um projeto de encher os olhos por fora, mais que por dentro é um doente pálido com corredores fantasmagóricos.

Cidades do pampas à Amazônia são invadidas por placas de trânsito adulteradas, paraquedistas de brinquedo caindo de arranha-céus e milhões de adesivos caseiros multicoloridos.

Em Belo Horizonte abre-se uma loja grátis, é um projeto do Ystilingue, instalado num mercado decadente de BH, onde qualquer pessoa pode deixar e pegar o que quiser.


No norte da Itália, aparece um gigantesco coelho felpudo de 55 metros de altura, olhando mais atento suas tripas coloridas estão para fora. Foi feito de lã e palha pelo coletivo austriaco Gelitin, que vai ficar apodrecendo até 2025, bem que podia jogar um desses, lá nos poderes de Brasília, só que seria um cocô gigantesco, não seria nada mal.

Os dinamarqueses do Superflex são artistas, exercendo um impacto no mundo real. Um exemplo é a cerveja grátis, que com a onda de calor, vai bem ! A formula é aberta e disponível a qualquer pessoa do mundo que queira fabricar a bebida. Eles também produzem guaraná na Amazônia. Chamam esse projeto de ferramentas, em vez de obras de arte, porque são coisas que podem ser usadas por outras pessoas para alterar o mundo. Outra obra famosa é um vídeo que mostra uma réplica do McDonald’s sendo inundada. São críticas sobre o capitalismo, mais não necessariamente contra ele.

Tudo isso são obras coletivas, de grupos ou pessoas, sem vínculo formal, fazendo arte, mais rejeitando o rótulo de artista, criando espaços virtuais ou não de liberdade, que aparecem e desapareçem o tempo todo.

Agora, você quer entender mais do que aquela zona tradicional que frequentava, inclusive eu ? Aquela mesma ! Com latinha de cerveja à cinco pila, então leia obrigatoriamente o livro TAZ do escritor anarquista “Peter Lamborn Wilson” - 1985, para entender o mundo atual e começar a criar sua própria utopia, seja ela individual ou em bando, não importa, só não esqueça de seguir o mesmo princípio e objetivo da TAZ: Liberdade independente e autônoma.

TAZ ! Neles.

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