sexta-feira, 1 de maio de 2009

Bélle Époque




Paris sempre descreve períodos charmosos como algo que nunca mais se repetirá, a era da Geração Perdida é um destes períodos de 1900 a 1925 na França, onde um contingente de escritores, poetas, artistas e músicos de todas as partes do mundo se encontraram, uns se alojando em Montmartre, outros nos subúrbios e boa parte em Montparnasse, adotada como um refúgio boêmio, onde as coisas aconteciam.


Imagine as personalidades que estão sepultadas no cemitério de Montparnasse jogando conversa fora como o dramaturgo Eugène Ionesco, Escritores e poetas como Samuel Beckett, Charles Baudelaire, Filósofos como Jean-Paul Sartre, Escultores, pintores e outros mais importantes nomes da época.


Todo artista tinha um bom motivo para ir a Paris que naquele momento era o grande referencial da arte moderna, passagem obrigatória e ponto de encontro dos artistas emergentes de todo o mundo.


Curioso quis saber sobre algum brasileiro louco que freqüentava essa Bélle Époque e pesquisando e cruzando informações, levantei o nome do Di Cavalcanti, que não era tão maluco assim, mais tinha um senso de humor muito rico e sutil que utilizava em todas as circunstâncias. Em grande encontro, Di Cavalcanti conheceu outro grande pintor chamado Pablo Picasso e declarou em entrevista:


Conheci-o fazendo uma reportagem para o Correio da Manhã. Ficamos camaradas, mas eu não quis saber dele porque o achava muito sério.


Aliás, não gosto de conviver com pintores. São uns chatos, os maiores chatos que conheço. No entanto, fui amigo de Picasso até a morte dele. Mas em matéria de mulher, por exemplo, modéstia à parte, sou mais eu, anti-picassiano.

Nunca soube o que se passava na cabeça dele, daquele cigano magnífico, mas o fato é que ele não servia para fazer mulher bonita. Era sempre mulher com um olho a mais ou a menos, um nariz de lado. Saía sempre um Picasso bonito, mas nunca uma mulher bonita.


Em terras tupiniquins, sem muito entrar em detalhes, a Bélle Époque também se situou entre 1889, data da Proclamação da República, e 1922, ano da realização da Semana da Arte Moderna em São Paulo, sendo precedida por um curto prelúdio – a década de 1880 – e prorrogada por uma fase de progressivo esvaziamento, que perdurou até 1925.


A Bélle Époque de Curitiba também teve seu movimento cultural no início do século 20, Curitiba nesta época vivia seu momento de capital literária. Eram os tempos dos poetas simbolistas, por aqui quem causava frisson era Emiliano Perneta que foi o mais destacado em uma geração de escritores curitibanos que contou com Dario Vellozo, Silveira Neto, Júlio Perneta, Leôncio Correia, Romário Martins, entre outros.

O grupo de poetas fez Curitiba ser uma espécie de capital do movimento simbolista no Brasil e revolucionou a vida cultural curitibana nas primeiras décadas do século 20, esse grupo de amigos criou uma revista literária, chamada “Cenáculo” em que os poetas publicavam suas obras. Mais tarde, decidiu-se criar uma sede para as reuniões dos poetas e seus pupilos em uma chácara, na Vila Isabel, foi levantado então o Templo das Musas, sede do Instituto Neo-Pitagórico:
http://www.pitagorico.org.br.


A Bélle Époque das paixões sociais, políticas e culturais hoje em dia já não causa mais frisson, a falta de conteúdo e objetivo anuncia o esgotamento intelectual e cultural. A modernidade mergulhou num tédio mortal.

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