quarta-feira, 5 de novembro de 2008

PALEOLÍTICO


Tarde, calor de verão e a criançada em férias pulando na minha cabeça feito o filme Gremlins, já não sabendo mais o quê fazer para distraí-los, resolvo ir num destes parques bucólicos.

Chegando lá, estaciono o carro e preguiçamente vou me espichando até sair do casulo, mais do que derrepente e não sei da onde o infeliz aparece, eis que surge o chato do flanelinha, desconfio que o miserável deve ser algum tipo de "X-Mem" de tão rápido que o filho da puta é ! Doutor posso cuidar? E adianta dizer que não! Não digo nem que sim e nem que não, vou andando tranquilamente, vendo o que Deus criou e o que o homem, bicho escroto, cagou ! Tudo fazendo parte de um mesmo cenário, feito àquelas exposições sensoriais do “MASP”, que você olha e finge que entende ou faz pouco caso da arte abstrata.

Continuando minha caminhada e de olho nos anjinhos, noto que pelo menos existe uma barzinho para tomar uma gelada, afinal de contas tenho que tomar cuidado com a desidratação, está muito calor ! Enquanto as crianças brincam e brigam ao mesmo tempo, observo Pitboys com seus Pitbus e ciclistas tentando quebrar o novo recorde mundial de velocidade.

Terminando de tomar minha cerveja, vou ao encontro da criançada no parquinho, a brincadeira favorita é quem pode mais chora menos, pois a disputa com outras crianças pelos brinquedos chega a ser uma covardia, é a luta da turminha do Nestogênio contras os fortes e bravos do Nescau, Toddy e Sucrilhos. Meu deus ! Quanta gente.

Fico então sentado numa mesinha concentrado no cenário que me cerca, tentando tirar algumas conclusões inúteis, mais minha atenção é fisgada por um som, que começa a tocar em uma tenda promocional que está alguns metros, não sei quem era o maluco, mais por alguns minutos, imaginei que estava em um parque de Berlim escutando uma balada do AC Z DC com os vocais do Bon Scott. Fechei os olhos por alguns segundos e desejei que um vento soprasse tudo aquilo que eu estava detestando a minha volta, mais infelizmente não tenho todo esse poder e nem teria coragem de estragar o dia de todos.

Já injuriadas pela competição, as crianças terminam de brincar, tomamos alguma coisa e voltamos para o carro. De longe avisto o bendito flanelinha, dou-lhe algumas moedas, ligo o carro e saio olhando pelo retrovisor o entardecer do dia, que apesar de tudo é sempre belo, seja na Curitiba utópica ou na Berlim da minha cabeça.

Um comentário:

Unknown disse...

Como que faz para ficar assim?