sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

HAITI




Uma imagem enigmática do terremoto do Haiti chamou-me atenção em especial, somente o crucifixo da Igreja, onde estava a Doutora Zilda Arns, foi o quê restou de pé! Por trás sobraram apenas escombros, mortos e feridos.

Cristo de braços abertos estava tão estupefato quanto os sobreviventes, paralisado, totalmente sem ação, como há perguntar se o terremoto desta fosse maldição, um Vodu, tão popularizado nos filmes de horror, com rituais sanguinários, que assistíamos quando crianças, com olhinhos amedrontados, como os próprios olhos do povo Haitiano, mãozinhas em prece e pezinhos encolhidos, incapazes de pousar a ponta dos dedos no chão, que não estremecia

Fiquei pensando qual a mensagem que o universo está mandando neste instante para o mundo. Creio que seja algum sentido correlacionado com as leis do Carma, cobrando uma dívida à nossa volta com grande sofrimento, para que façamos alguma coisa pelo outro, servir com nosso talento, singular ou especial, aos seres humanos, nossos semelhantes.

A cada opção que fazemos na vida, de certa forma, fazemos também uma renúncia, quando essa opção é viver o evangelho em sua plenitude, como a Doutora Zilda Arns fez, então, pouca gente no mundo é capaz e está disposta a fazer esse pacto espiritual, de doação genuína, incondicional, ditada pelo coração.

Enquanto a natureza se orquestra silenciosamente e não percebemos, um ato de amor é detectável e pode fazer toda a diferença.

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